Meu amor, procurámos a beleza,
mas esta tem muitos olhares,
muitas faces, muitas máscaras.
Em nós, foi um tumulto,
um oceano.
A ela entregámos a alma, para conseguir respirar!
Nas fragas abruptas,
que irrompem de imprecação
contra as muralhas do Céu,
viram pela vez primeira,
nossos olhos, a cópula em deleite
em corpos imaculados.
Aqui perscrutámos madrugadas
menstruadas e manhãs
orgásmicas.
Aqui nadámos, aqui pescámos,
aqui sulcámos a terra,
aqui colhemos o nosso vinho,
nossos ventres descansámos,
sobre pedras ardentes.
Frágil era a vida,
mas nesses anos não haviam
fragilidades.
Depois perdemos a alegria!
Depois a generosidade!
Depois, depois, sucumbimos
à maldade!
Depois à iniquidade!
Agora, chegados a este
porto, não sabemos,
em que barco navegar,
nem para que destino
partir.
Meu amor
se não souberes de
minha morte,
da tua não saberei,
só morreremos pela metade!
Sem comentários:
Enviar um comentário